segunda-feira, 6 de maio de 2019

Proposito do Portal



1. Introdução


No dia 5 de novembro de 2015 ocorreu o rompimento da barragem do Fundão no

subdistrito de Bento Rodrigues, município de Mariana-MG. Este rompimento causou uma
avalanche de lama formada por resíduos de mineração compostos por óxidos de ferro, silte e, principalmente areia (EMBRAPA, 2015), que foram espalhados pela bacia do rio Doce.
Em 25 de janeiro de 2019 ocorreu o rompimento da barragem I do complexo do córrego do
Feijão em Brumadinho-MG. A maior parte do rejeito ficou depositada na bacia do rio Paraopeba, afluente do rio São Francisco.

No caso de Mariana, a área de abrangência foi de aproximadamente 2.000 ha de solos
recobertos pela lama de mineração. Já em Brumadinho a área atingida foi de aproximadamente 280ha. Destaca-se que a maior parte desta região atingida é de Áreas de Preservação Permanente (APPs fluviais) que deverão ser obrigatoriamente restauradas, independente do seu estado anterior ou atual, de acordo com a Lei de Proteção da Vegetação Nativa vigente.

Existe uma carência de conhecimento do ponto de vista biológico de quais são os impactos: da amplitude e das consequências dos desastres na biodiversidade e no funcionamento dos ecossistemas. Devido à possível menor granulometria dos rejeitos depositados sobre o solo, há a possibilidade de que eles tenham se misturado aos solos arenosos, ocupando macro poros, alterando, portanto, as suas características físico-hídricas.

Buscando compreender de que formas estão sendo observadas e analisadas as discussões sobre as técnicas de revegetação e o uso dos solos arenosos nas regiões afetadas se propõem uma discussão através de um Portal de Gestão do Conhecimento - GC e Inteligência Organizacional – IO. Será discutida no Portal a melhor técnica de revegetação entre fertilização, terraplanagem natural, semeadura direta, replantio, adubação de cobertura e biomantas anteerosivas.

Neste portal, se discute também a necessidade de um novo nicho de mercado para as duas regiões - agricultura e turismo rural -, além da recuperação e preservação ambiental a partir da sabedoria de que os ecossistemas proveem a purificação da água e do ar, amenizam os fenômenos climáticos extremos e protegem contra desastres naturais, decompõem contaminantes, e ajudam no controle de erosões.


Cristiano Trindade de Angelis
Ministério da Economia, Secretaria de Orçamento Federal
cristiano.angelis@planejamento.gov.br

Fúlvio Rodriguez Simão
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG
fulvio@epamig.br

Igor Assis
Universidade de Viçosa, Departamento de Solos
igor.assis@ufv.br